Sobre Assaltos

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Acabei (devem fazer uns 25 minutos, mais ou menos) de ser assaltada. Na verdade, é a primeira vez na minha vida. Conto-lhes.

Saí do curso de canto com a garganta doendo, antes de entrar no metrô é preciso passar por um corredor largo (o qual minha mãe já disse várias vezes não passar por). Certo, estava eu com minha mochilinha vermelha andando, calmamente, até a entrada do mesmo.
Vinham tês garotos, todos negros e bem vestidos, até. Um na parte mais alta do corredor e dois embaixo. Achei estranho, na verdade. "Não, você está sendo preconceituosa, Bia.". Culpei-me. Disse a mim mesma que se fossem garotos brancos não teria desconfiado e blá; resolvi deixar pra lá.
Ao passar pelo mais novo deles (que devia ter entre 15 e 16 anos) ele virou pra mim como quem não quer nada e disse: "Passa o celular."
- "Não tenho", respondi.
Ele foi embora.
Que alívio, meu coração estava batendo rápido, comecei a acelerar o passe e... tinha me esquecido que havia deixado meu aparelho de música no bolso de trás.
"Ok, ele não vai reparar...", disse pra mim mesma.
Reparou.
O mesmo garoto que havia me abortado voltou, sozinho, e repetiu: "Passa o celular."
- "Juro pra você que não tenho celular, a única coisa que tenho é um aparelho de música"
- "Então passa."
Para que eu iria contrariar, não é mesmo? Entreguei-lhe o aparelho. Ele continuou:
- "Me segue se não eu vou te dar um tiro. Tem dinheiro aí? Passa o dinheiro."
- "Eu não tenho dinheiro, não. A única coisa que tenho é o cartão do metrô."
- "E na mochila, não tem dinheiro não?"
- "Tem não, quer olhar?"
Ele ficou numa de vou não vou, mas no final resolveu aceitar.
Colocou a minha mochila no peito dele e disse: "Continua andando. Finge que sou seu amigo."
Não fingi.
Depois de realmente ver que não havia nada de real importância na minha mochila, ia saindo com ela.
- "Sacanagem você levar minha mochila, não tem absolutamente nada nela. Você viu. Por favor, me devolve.", eu disse, choramingando.
Ele fingiu tirar um revólver de debaixo da blusa, não me movi (não de medo, porque eu realmente sabia que ele não tinha um arma) e finalmente me devolveu.
Observei ele indo embora, olhando fixo, sem desviar. Ele olhou uma ou duas vezes pra mim, um guarda chegou.
- "Tá tudo bem?"
- "Acabei de ser roubada."
Depois que o guarda chegou, admito, caí em prantos. Parecia uma palhaça por causa do meu nariz e lábios inchados e vermelhos. Ele murmurou coisas tipo, "Que merda" e "Já é o terceiro esse mês.".
Falou alguma coisa no rádio para um outro policial. Mandou seguir os garotos. Falou mais algumas coisas.
Uma moça com um rapaz muito simpáticos pararam e me perguntaram se estava tudo bem, eu falei que sim, só tinha tido um susto e blá.
O guarda me levou à outra entrada do metrô (já que meu cartão, ainda por cima, não estava passando naquela) e me deixou com outro guarda.
Esse pediu meu nome, telefone e endereço. Perguntou se eu queria fazer queixa, mas eu achei melhor não, estava morrendo de vontade de chegar logo em casa.

Concluindo, o caso não é eu ter eu perdido meu iPod, não mesmo. Fiquei realmente abalada, mas, mais que tudo eu tive uma pena incontrolável. O garoto me olhava com tanto medo quanto o que eu tinha. Quase, quase mesmo, perguntei à ele o que o levava a roubar dessa forma.

No final das contas, eu sou a riquinha da zona sul que tem tudo que quero (e isso não é uma mentira), inclusive os itens que eles desejam. O que me encomoda é ele fazer isso por um iPod o qual ele não pode colocar músicas, ou uns trocados que eu poderia ter. É ele roubar e depois não querer ser discriminado pela sua cor, exigir que cor não seja documento. Não que brancos não roubem, de jeito algum, só acho que ninguém está ruim o suficiente para roubar (ruim mentalmente, de alma e de coração. Porque para roubar você tem que, realmente, ser muito egoísta e não ter consideração alguma pelos outros), até mesmo porque eu não tenho culpa de ter nascido na família que nasci, da mesma forma que ele não tem culpa.

Mas juro, juro de verdade, que ter medo de andar na rua e preconceito eu vou ter. Não que eu ache isso bonito, não que ache certo nem adequado, mas viver no Rio de Janeiro e lutar diariamente contra essas duas coisas, e eu já me rendi.


Versão melosa só no De Bonnes Raisons.

Curiosidades sobre a China

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Curso, 17:13

Lula: Na verdade na China, quando alguém é condenado à morte, a família da pessoa que é morta tem que pagar a bala do tiro.

Edu: Cacete. Mas, assim, e se a pessoa não tiver dinheiro?

Lula: Deve trabalhar antes de morrer, sei l...

Bia: Paga com o corpo.

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Ludwig e a música

domingo, 28 de setembro de 2008

Estou ao som da terceira sinfonia (ato 3) do eterno Ludwig (como Alex DeLarge provavelmente o chamaria), num domingo de chuva e recheado de tédio.
Quando eu era um pouco menor minha mãe costumava colocar música clássica pra eu dormir. Meu sonho era ficar acordada até o CD acabar, ouvir do começo ao final todas as músicas. Claro que depois que o CD acabava ficava um silêncio horrível, mas eu suportaria só pelo prazer de ter escutado tudo.
Acho engraçado esse negócio de como sons podem passar tanta emoção, ou até mesmo nos lembrar pessoas, é algo bem louco se pensarmos dessa forma, mas aí já entra a questão da memória e do cérebro etc e tal... Algo tão impressionante como a música.

Sinto que às vezes a música me come, é algo estranho pensando que nunca tive uma vida muito musical, mas de uns tempos pra cá tem se tornado conturbada nossa relação. Mas é até gostoso.

Para ouvir lendo: Beethoven, Symphony 3 3 - Scherzo, Allegro Vivace.

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Layout

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Oh, meu ingênuos leitores! Como tem passado? Sei que minha ausência deixou um buraco no coração de vocês... Mas estou de volta, prometo. Vamos ao que interessa:

Você: Bia, máquedroga de layout gay é esse?
Uma hora ou outra eu tinha que cansar daquele layout antigo e... por que não um layout gay cor-de-rosa? Achei-o simplesmente magnífico!

Você: Ah, é? Só por causa disso deixarei de ler o seu blog!
OH NÃO, POR FAVOR! NÃO FAÇA UMA COISA DESSAS. Na verdade, pode ir sim... você nunca comenta mesmo (tirando o alta no post passado e a leeloo hihii, mas eles não contam...).

Você: Está me trocando por novos amigos da internet?
Nem te conheço, ô.

Você: Havia me esquecido disso.
Tudo exclarecido? Espero que sim. Volto daqui a uns dias, ou semanas, talvez meses.

Versão melosa só no De Bonnes Raisons.

Twitter

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Achei que isso realmente merecia um tópico único. Para você, meu caríssimo leitor, que não tem absolutamente nada para fazer o dia todo, tcharam! Chegou o twitter... Lá você posta o quê? Absolutamente nada! É super divertido. Me adicionem e verão como é irado: /biia_.

Futuro-atual-ex-namorado

segunda-feira, 1 de setembro de 2008



Sabem qual o pior? Acho que foi sério...