Ônibus e o desafio de cada dia

sábado, 2 de outubro de 2010

Eu comecei a pegar ônibus, assim diariamente, desde o ano passado. Gasto mais ou menos uma hora e meia por dia dentro desses excelentes automóveis coletivos! Ok, ironia na internet não funciona muito bem.
É em ônibus que você vê de tudo, tem todo tipo de gente, de toda cor, de toda classe social (ou quase toda) e de cada mania diferente. Tem aqueles que, por exemplo, gostam de pôr seus amigáveis funks pra tocar nos seus celulares com auto-falantes potentes pro ônibus inteiro ouvir!
Eu sempre fui uma pessoa muito calma, não costumo me aborrecer com essas coisas. Normalmente tenho sempre meu aparelho de som a mão, meus fones de ouvidos e um livro ou outro pra ler, o que acontece fora do meu assento nem eu mais sei.
Aliás, é uma coisa que me alarma a quantidade de pessoas extressadas no ônibus ou nas ruas. Pelas mais tolas amenidades, sem os menores motivos. Tudo vira um motivo de aborrecimento e gritos gerais. Mas tudo bem, voltemos pros funkeiros.
Certa vez, no entanto, esqueci meus fones em casa e estava quase terminando um livro. Sabe quando é aquela reta final? Você quer prestar o máximo de atenção possível pra não perder nada. Sobe aquele entusiasmo, aquela curiosidade esfomeada até que... alguém resolve pôr a porra do funk no celular.
Ok, ok! Eu juro que tentei continuar a me concentrar no papel, nas palavrinhas, nas frases, nos parágrafos. Não conseguia. Passaram dez, quinze, vinte minutos e nada do ser humano tirar aquela música. Dei umas olhadas pra trás, alcancei meu alvo com o olhar e tirei um cigarro da bolsa.
- Olha só, ali na frente do ônibus tá dizendo que é proibido fumar e ouvir aparelhos de som dentro de ônibus. Mas como aquilo não deve estar em vigor e tem gente ouvindo uma música de qualidade aí atrás, eu vou acender meu cigarro também. Câncer no pulmão pra todo mundo!
Na hora a música parou.
Guardei meu tabaco industrializado e consegui terminar o livro antes de chegar no meu destino. Bendito câncer.

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