50 anos de bossa nova

segunda-feira, 3 de março de 2008


- Qué tiene RBD a ver con Bossa Nova?


Como o pessoal que mora por aqui na zona sul deve saber, teve um show de bossa nova esse sábado na praia de Ipanema (no posto 10). Tocaram, é claro, muito Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Elis Regina (Maria Rita estava lá, com seu vozeirão, também) e outros cantores e artistas ainda vivos (ou bem velhos, claro).

Minha mãe tava super animada para ir, então eu simplesmente deixei a preguiça de lado e fui com ela. Fomos até o posto 10 e já tava lotadinho. Nos enfiamos num buraco qualquer lá, que até dava pra ver o show tirando uma mega barracona bizarra na nossa frente e uns pedaços de pau gigantes. Mas, tranquilo...

Chamei a Marina, que tava na casa da Jú com os meninos. Acabou que todos vieram, mas ficaram perto do mar enquanto eu e a Marina apreciávamos o show mais de perto. Era bem calmo, tinha bastante gente, cantores ótimos - e canções também -.

Aí começa o empurra-empurra. Aqueles vendendores de bebida pra lá e pra cá com aqueles isopores tirados do lixo. Tinha uns com umas caipirinhas estranhas em copos de plástico vendendo a R$2,00. Toda hora um desgraçado resolvia passar pro outro lado e se esfregava. Mas, tudo bem, afinal esse povão não tem educação mesmo. Eu fico imaginando num show da Tati Quebra Barraco... Bem, mas voltando ao assunto.. Começaram a aparecer aquelas figuras raras que você só vê em shows de bossa nova.

Tinha um gringo que devia tá muito do chapado. Porque ele dançava com tanta animação 'Tristeza' do Vinícius, que era absurdo. De repente ele tinha algum problema auditivo e pensava que tava numa balada fodona tocando techno super max remix dos bom, mas era algo insano a dança dele. Ele remexia os braços, jogava a cabeça de um lado pro outro, fechava os olhos, batia nas pessoas, se contorcia que nem uma minhoca, dançava a macarena... Ou seja, um show completíssimo!

Depois disso chegou uma mulher, animadona, com um bloquinho e uma caneta na mão. Ela perguntava pra todo mundo quem era o cantor que tinha subido ao palco, e anotava tudo no bloquinho, ela era compulsiva. E quando começa a tocar uma coisa mais animada, lá vinha ela jogar a cabeça pra cima de nós, mexendo as mãozinhas, com seu meio metro de altura. No finzinho do show a Marina cutucou a mulher e disse; "Ei moça, qual o nome dessa aê de cabelo rosa? É que eu esqueci meu bloquinho!". Acho que a mulher ficou meio puta, sei lá, foi engraçado.

Tinha um coroa, também, que vivia batendo palma e sambando "só no sapatinho". Animadão, mas sempre confundia a gente na hora de ter, ou não, que bater palma. Ele era meio autista, mas tinha uma carequinha legal.

Mas com certeza, o mais engraçado eram os comentários da Marina. Principalmente quando passava o cara da caipirinha;
"- Porra, caipirinha a dois reais?"
"- Pois é, Marina.."
"- Imagina a cachaça disso! O cara deve ter cuspido e dito que é cachaça, pô!"
"- HAHAHAHHAHAHAHAHHAHA!"
"- E olha aquela outra! É totalmente verde! A cuspida desse deve ter sido sinistra.."

Ou seja, foi um bom show.

Depois disso a Jú chamou a gente pra ir na casa dela. A gente vinha andando na beira da praia, sentindo a maresia. O Arthur de viadagem com o André e o Bê tentando tacar areia no meu tênis. Com sucesso.
Eles estavam terminando de ver "December Boys", aquele com o podre do Daniel Radcliffe. Só para ser estraga prazeres, ele morre no final.
Terminaram de ver e tudo, e colocaram o vídeo da formatura. A gente voltou umas trocentas vezes a fungada da Thais. HAHAHAHHA, deliciosa!

Quando terminamos de ver o vídeo eu me levantei e perguntei: "Que horas são, Marina?"
"- Meia noite e meia, por aí"
"- Tenho que ir embora"

Eu tava tranquila, afinal meia noite e meia era um horário razoável. Dai eu ligo pra minha mãe. Conclusão: Na verdade eram duas horas da manhã e ela me deu um puta sermão.
Voltando pra casa, eu me deitei na parte de trás do banco. Quando cheguei a poucos metros de casa me sentei e olhei pra parte de trás do carro, pela janela. Mirei os olhos num caminhão, sem nem me tocar no cara que tava dirijindo. Eu lá, tranquilona, pensando na minha trilogia edição de colecionador com seis cds do 'Piratas do Caribe' (Com a foto tripla do Johnny Depp na capa) quando vejo um garotão, de seus vinte e cinco anos, fazendo beicinho e me mandandando beijinhos. Mas eu tava, tipo, tão fixa no caminhão que capaz até dele pensar que eu tava gostando, sei lá né. Ai virei pra frente, mas ele vinha com o caminhão do lado e até chegou a buzinar. Tá, nessa hora eu fiquei com medo.



Tudo viado.

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